sábado, 21 de junho de 2014

Rony Bellinho, por Joice Gumiel Passos



É fácil reconhecer a arte e o artista nos trabalhos de Rony Bellinho. Um traço seguro, ágil, que permite o acaso e se propõe ora minimal, ora excessivo, sempre poético.  Nele a poesia transborda e é fundamental.

Em suas obras,  quase sempre, as cores e os gestos aparecem,  propositalmente, reduzidos diante do espaço em branco, na escrita das entrelinhas, nos sentidos suspensos;  recursos utilizados por Rony Bellinho,  para  garantir a força dramática, romântica e primordial do gesto, da estética  e do tema.

Com temáticas, figuras e formas recorrentes,  muitas de suas obras são  sugestões gráficas com forte crítica aos problemas urbanos e sociais, por vezes aparecem como  sugestões gráficas de memórias sentimentais e outras como mergulhos vivenciais. Não raro, Rony Bellinho inclui letras, temas, nomes em suas obras.  Muito mais raro, mas possível,  elimina o branco assumindo  o espaço  total  preenchido pela matéria, reivindicando integral e dramaticamente  o discurso estético, espacial  e poético.

Suas obras, sempre periódicas:  como as  “lapianas” do Rio, os bailarinos, os ciclistas, os moradores de rua e “os curitribos”, são registros  que imprimem  vivências   na sua  duração necessária.  Um  processual  que gera  a angústia entre o desejo de reter e o querer mais. Únicas e repetidas suas figuras, formas e temas nunca se esgotam, quase sempre retornam.

Em Rony Bellinnho a  produção transborda,  trata-se de uma  inundação estética e poética sempre em busca da próxima e na procura da síntese maior : o mergulho na essência primordial.

Joice Gumiel Passos
Membro ABCA/AICA
Curitiba, 22/03/2013

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