É fácil reconhecer a arte e o
artista nos trabalhos de Rony Bellinho. Um traço seguro, ágil, que permite o
acaso e se propõe ora minimal, ora excessivo, sempre poético. Nele a poesia transborda e é fundamental.
Em suas obras, quase sempre, as cores e os gestos aparecem, propositalmente, reduzidos diante do espaço em branco, na escrita das entrelinhas, nos sentidos suspensos; recursos utilizados por Rony Bellinho, para garantir a força dramática, romântica e primordial do gesto, da estética e do tema.
Com temáticas, figuras e formas recorrentes, muitas de suas obras são sugestões gráficas com forte crítica aos problemas urbanos e sociais, por vezes aparecem como sugestões gráficas de memórias sentimentais e outras como mergulhos vivenciais. Não raro, Rony Bellinho inclui letras, temas, nomes em suas obras. Muito mais raro, mas possível, elimina o branco assumindo o espaço total preenchido pela matéria, reivindicando integral e dramaticamente o discurso estético, espacial e poético.
Suas obras, sempre periódicas: como as “lapianas” do Rio, os bailarinos, os ciclistas, os moradores de rua e “os curitribos”, são registros que imprimem vivências na sua duração necessária. Um processual que gera a angústia entre o desejo de reter e o querer mais. Únicas e repetidas suas figuras, formas e temas nunca se esgotam, quase sempre retornam.
Em Rony Bellinnho a produção transborda, trata-se de uma inundação estética e poética sempre em busca da próxima e na procura da síntese maior : o mergulho na essência primordial.
Joice Gumiel Passos
Membro ABCA/AICA
Curitiba, 22/03/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário