sexta-feira, 24 de julho de 2015

Bate-papo com Rony Belinho, por Lívia Fontana

Bate-papo com Rony Belinho
Por Lívia Fontana

1. Quais suas principais referências (artistas, literatura, história da arte)?
Rony Belinho - No desenho: Pontormo e Alberto Giacometti. Na pintura: de Kooning, Jean Michael Basquait e Francis Bacon. Teóricos da atualidade em relação à arte contemporânea, para mim são os mais consistentes: Hans Belting, Anne Cauquelin, Artur Danto. Na música: Jazz, Caetano Veloso, Bossa Nova e Jazz Fusion.

2. Quais questões são fundamentais para sua produção (debate crítico e processo poético)?
Rony Belinho - Minha formação é mais literária que em artes plásticas, possuo formação em Letras e Literatura. Sou mais propenso a constituir personagens e elaborar estes personagens do que tramar puramente o pictórico. A influência da poesia é muito presente em meu trabalho. Hoje em dia, não leio mais poesia, minha leitura hoje é voltada para as artes plásticas, assim como arte contemporânea; a morte da arte.

3. Como você pensa a narrativa em sua produção?
Rony Belinho - Acredito estar dentro de um universo figurativo, onde os personagens são ficcionais, assim como foi na série Os Vampiros e As Desgracidas, homenagem feita a Dalton Trevisan e exposta no MON em 2013.

4. Conte sobre seu processo de produção.
Rony Belinho - Nunca tive sortimento nem quantidade de material para produzir. Escolhi o papel pela acessibilidade.

5. O que motiva geralmente a produção dos seus trabalhos?
Rony Belinho - Isso está inserido na trama do exercício da vida, o que eu leio, o que eu sinto, o que eu não sinto, entre as minhas leituras, escolhas e preferências musicais.

6. Qual seu principal interesse em trabalhar com arte?
Rony Belinho - Vou utilizar a referência de Iberê Camargo: “o que eu produzo é uma resposta ao tempo”. E uma segunda frase que me inspira é de Ferreira Gullar, “a arte é o sopro do espírito sobre a matéria”. E uma última citação do crítico de arte italiano Ernesto Grassi, “a arte é o local de intervalo entre Deus e a alma do artista”.

7. O que você pensa ser o mais importante para se pensar sua produção?
Rony Belinho - Fazer uma leitura para a proposta da arte moderna, discutir alguns clichês do gênero mais acadêmico e clássico. Gosto da modernidade da pintura, da escola do expressionismo alemão. Também gosto da deformidade. Acredito que a natureza é perfeita por sua imperfeição.


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